O impacto da cultura escolar brasileira na alfabetização e letramento de crianças haitianas não falantes do português
DOI:
https://doi.org/10.35355/revistafenix.v20i2.1378Palavras-chave:
alfabetização, cultura escolar, multiletramentos, direitos humanosResumo
O artigo analisa as experiências de professoras na alfabetização e letramento de crianças haitianas não falantes de português. Apresenta uma pesquisa exploratória e qualitativa, cujo instrumento foi a entrevista narrativa. Objetiva promover a reflexão sobre o impacto da cultura escolar neste cenário, considerando a educação comprometida com os direitos humanos. Aponta a predominância da concepção de alfabetização que privilegia o domínio do código da língua, que impõe barreiras à aprendizagem, e uma cultura escolar excludente.
Downloads
Referências
ACNUR. Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Disponível em https://www.acnur.org/el-acnur.html. Acesso em 20 jul. 2020.
ALEXANDRE, I. J. A presença das crianças migrantes haitianas nas escolas de SINOP /MT: o que elas visibilizam da escola? 2018. Tese (Doutorado em Sociologia) - Centro de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2018.
ALMEIDA FILHO, J. C. P. Língua-cultura na sala e na história. In.: MENDES, E. (org.) Diálogos interculturais: ensino e formação em português língua estrangeira. Campinas: Pontes Editores, 2011. p. 159 – 172.
ARAÚJO, A.A. de A; OLIVEIRA, A.C de. A imigração haitiana em Santo André (SP). Cadernos de Debates Refúgio, Migrações e Cidadania, v.10, n.10. Brasília: Instituto Migrações e Direitos Humanos, 2015.
BAKHTIN, M. (Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BRASIL. Lei 13.445, de 24 de maio de 2017a. Institui a Lei de imigração. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13445.htm. Acesso em: 28 de ago. de 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base nacional comum curricular. Brasília, DF, 2017b.
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Visto humanitário para haitianos. Nota 87, 10 de abril de 2018. Disponível em: http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/18622-visto-humanitario-para-haitianos. Acesso em: 28 de ago. de 2023.
BURKE, P. Hibridismo cultural. São Leopoldo; Editora Unisinos, 2008.
COTINGUIBA, M. L. P.; Cotinguiba, G. C. Imigração haitiana para
o Brasil: os desafios no caminho da educação escolar. Revista
Pedagógica, Chapecó, v. 17, n. 33, p. 61-87, jul./dez. 2014.
EDUCAÇÃO no Haiti continua excludente, privada e não tem previsão de mudança. Portal Aprendiz. [s.L}, 26 de maio de 2010. Disponível em: https://portal.aprendiz.uol.com.br/content/educacao-no-haiti-continua-excludente-privada-e-nao-tem-previsao-de-mudanca. Acesso em 22 de ago. de 2023.
FEITOSA, J. et al. Pode entrar: Português do Brasil para refugiados e refugiadas. São Paulo: [s.n.], 2015. Disponível em https://www.acnur.org/portugues/wp-content/uploads/2018/02/Pode_Entrar_ACNUR-2015.pdf. Acesso em 23 ago. de 2023.
FERREIRA, L. C. Et Al. Língua de acolhimento: experiências no Brasil e no mundo. Belo Horizonte: Mosaico Produção Editorial, 2019.
FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1985.
FOGLIATO, D. Refugiados ou imigrantes? Entenda diferenças entre venezuelanos e outros estrangeiros que chegam ao país. Sul 21. 8 set. 2018. Disponível em https://www.sul21.com.br/ultimas-noticias/geral/2018/09/refugiados-ou-imigrantes-entenda-diferencas-entre-venezuelanos-e-outros-estrangeiros-que-chegam-ao-pais/. Acesso em 22 ago. 2023.
GATTI, B. A. Formação de professores para o ensino fundamental: estudo de currículos das licenciaturas em pedagogia, língua portuguesa, matemática e ciências biológicas. São Paulo: FCC/DPE, 2009.
GREUEL, I.C. “[...] Falar é bom, mas entender, entender o que a professora tá falando (.) daí é outra coisa”: um estudo etnográfico sobre práticas de linguagem dos imigrantes haitianos em uma escola pública no município de Blumenau – SC. 2018. 178 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018.
GROSSO, M. J. Língua de Acolhimento, Língua de Integração. In: Horizontes de Linguística Aplicada. v. 9, n.2, p. 61-77, 2010. DOI: https://doi.org/10.26512/rhla.v9i2.886
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.
LOPEZ, A. P. A. Subsídios para o planejamento de cursos de português como língua de acolhimento para imigrantes deslocados forçados no Brasil. Dissertação (Mestrado em Letras). Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais. 260 f. Belo Horizonte, 2016. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/RMSA-AJTNHQ. Acesso em 07 ago. 2023.
MARTINS, F. Sto. André está melhor que S. Paulo, diz haitiano. Diário do Grande ABC. 17 mai. 2014. Disponível em https://www.dgabc.com.br/Noticia/529694/sto-andre-esta-melhor-que-s-paulo-diz-haitiano. Acesso em 24 jun. 2018.
MENDES, E. Abordagem Comunicativa Intercultural (ACIN): uma proposta para ensinar e aprender língua no diálogo de culturas. Campinas: Pontes, 2004.
MENDES, E. A perspectiva intercultural no ensino de línguas: uma relação “entre-culturas”. In.: ALVAREZ, Maria Luisa O.; SILVA, Kleber A. da (Org.). Lingüística aplicada: múltiplos olhares. Campinas, SP: Pontes, 2007.
MUYLAERT C. J. et al. Entrevistas narrativas: um importante recurso em pesquisa qualitativa. Rev Esc Enferm São Paulo: USP 2014, p. 193-199.
OLIVEIRA, D.A. A preparação de imigrantes para o ENEM: relatos de experiência docente. In.: Ferreira, L. C. et al.(orgs.). Língua de acolhimento: experiências no Brasil e no mundo. Belo Horizonte: Mosaico, 2019.
RAJAGOPALAN, K. Por uma linguística crítica: linguagem, identidade e a questão ética. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
ROJO, R. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola, 2009.
ROJO, R; Moura, E. (orgs.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v91i4pi-i
SANTO ANDRÉ. Secretaria de Educação. Componente Curricular de Língua Portuguesa: Princípios Norteadores da Ação Educativa. Santo André: Secretaria de Educação/ CEPEC, [s.d.].
SÃO BERNARDO, M. A. Português como língua de acolhimento: um estudo com imigrantes e refugiados no Brasil. 2016. 206 f. Tese (doutorado em Linguística). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2016.
SCHÜTZE, F. Pesquisa Biográfica e entrevista narrativa. In: Weller, W. & Pfaff, N. (Orgs.). Metodologias de pesquisa qualitativa na educação. Teoria e prática. Petrópolis: Vozes, 2010.
SOARES, M. A reinvenção da alfabetização. Presença Pedagógica. v.9. n.52. jul/ago, 2003.
SOARES, G. P. Alfabetização e letramento de crianças haitianas no contexto escolar: desafios da prática docente. Dissertação (Mestrado) – USCS, Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Programa de Mestrado em Educação, 2020.
SOUZA, A.B.; BORTOLOTTO, C. C. Transformações urbanas e imigração haitiana: impactos do novo fluxo de imigração no Brasil. In.: SEMINÁRIO MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS, REFÚGIO E POLÍTICAS,12 de abril de 2016, São Paulo. Anais do Seminário Migrações internacionais, refúgios e políticas. São Paulo: UNICAMP; Memorial da américa Latina; Observatório das Migrações em São Paulo, 2016. Disponível em: https://www.nepo.unicamp.br/publicacoes/anais/arquivos/16_ABS.pdf. Acesso em: 18 de ago. de 2023.
VYGOTSKI, L. S. Pensamento e Linguagem. Martins Fontes: São Paulo, 1993.
WEISZ, T. O Diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ática, 2009.
ZOZZOLI, C. D. A criança migrante no contexto escolar: uma análise centrada na afetividade. 143 f. Dissertação (mestrado em Psicologia) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Fênix - Revista de História e Estudos Culturais
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Direitos Autorais para artigos publicados neste periódico são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma licença Creative Commons (CC BY-NC-ND 4.0). Em virtude de os artigos serem publicados nesta revista de acesso público, eles são de uso gratuito, com atribuições próprias, não-comerciais.