ESCOLA SEM PARTIDO, SEM JUÍZO E SEM BOM SENSO

JUDICIALIZANDO E MEDICALIZANDO A EDUCAÇÃO

Autores

  • Lygia de Sousa Viégas Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia UFBA/FACED https://orcid.org/0000-0002-2353-0384
  • Thaís Seltzer Goldstein Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia UFBA/FACED

Palavras-chave:

Escola Sem Partido, Medicalização, Psicologia, Pensamento Crítico

Resumo

O presente artigo tem por objetivo contribuir com reflexões sobre os impactos do projeto Escola sem Partido, por meio do qual um grupo político de orientação conservadora tem buscado aprovar projetos de lei que tornem proibida a prática pedagógica livre e democrática, sob o argumento de que tal prática seria doutrinação ameaçadora aos valores morais e religiosos das famílias. Especial enfoque será dado aos impactos psicossociais de tal projeto, apontando seu caráter medicalizante, na medida em que a tentativa de amordaçar professores e a expressão da diferença na escola pode produzir sofrimentos variados que, se não compreendidos politicamente, recaem na patologização, criminalização e judicialização da educação. Esperamos, com o debate proposto, contribuir com a construção de uma escola efetivamente democrática, e que forme para o respeito à diversidade e aos direitos humanos.

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Publicado

2017-06-30

Como Citar

Viégas, . L. de S. ., & Goldstein, T. S. . (2017). ESCOLA SEM PARTIDO, SEM JUÍZO E SEM BOM SENSO: JUDICIALIZANDO E MEDICALIZANDO A EDUCAÇÃO. Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 14(1). Recuperado de https://revistafenix.emnuvens.com.br/revistafenix/article/view/578