PROCESSOS TRABALHISTAS, CULTURA E NATUREZA (AMAZÔNIA, DÉCADAS DE 1970 E 1980)

Autores

  • Nelson Tomelin Jr Universidade Federal do Amazonas - UFAM
  • Maria do Rosário da Cunha Peixoto Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP

DOI:

https://doi.org/10.35355/000001

Palavras-chave:

Amazônia, latifúndio, processos trabalhistas, ditadura civil-militar de 1964

Resumo

 Este artigo se propõe apreender dimensões de conflito na formação da propriedade e dos latifúndios na Amazônia a partir de práticas de derrubada da floresta e constituição de relações precárias de trabalho na região durante a ditadura civil-militar de 1964. As análises aqui desenvolvidas partem de conjunto documental da Justiça Trabalhista do estado do Amazonas, com foco para autos judiciais produzidos nas décadas de 1970 e 1980 pela Junta de Conciliação e Julgamento do município de Itacoatiara. Buscamos a partir desses processos trabalhistas surpreender articulações sociais amplas entre a imposição de práticas degradantes de trabalho e a destruição da natureza, em campo institucional marcado pela disputa e resistência de trabalhadores e trabalhadoras.

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Publicado

2020-09-11

Como Citar

Tomelin JÚNIOR, . N. T. ., & Peixoto, M. do R. da C. (2020). PROCESSOS TRABALHISTAS, CULTURA E NATUREZA (AMAZÔNIA, DÉCADAS DE 1970 E 1980). Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 16(1), 1–27. https://doi.org/10.35355/000001