A “comissão de profilaxia” e a produção de uma bioestatística sobre a saúde e a doença nos canteiros de obras da IFOCS (1932-1934)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35355/revistafenix.v18i2.1021

Palavras-chave:

História das doenças, (Bio)estatística, História dos Sertões, IFOCS

Resumo

O artigo analisa a documentação produzida a partir da experiência de campo de médicos e enfermeiras nas obras da IFOCS (açudes e estradas) durante a seca de 32 nos estados do Ceará (1º. Distrito) e Rio Grande do Norte e Paraíba (2º. Distrito das Secas). Consiste na leitura do “Relatório da Comissão Médica de Assistência aos Flagelados do Nórdeste de 1933”, que trata da avaliação, planejamento e ações voltadas para o enfrentamento das situações endêmicas e doenças nos canteiros de obras de açudagem e estradas que resultaram numa produção bioestatística. Ao analisar o quadro nosológico da região, a precária educação sanitária e as aglomerações de trabalhadores, a Comissão concluiu, entre as várias providências, pela necessidade de organização de instruções para a instalação da assistência médica e profilática, além da vacinação oral tifo-disentérica nos canteiros de obras e cuidados voltados à primeira infância.

 

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Publicado

2021-12-15

Como Citar

Andrade, J. (2021). A “comissão de profilaxia” e a produção de uma bioestatística sobre a saúde e a doença nos canteiros de obras da IFOCS (1932-1934). Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 18(2), 161–184. https://doi.org/10.35355/revistafenix.v18i2.1021